IMPRINTING CANINO
IMPRINTING CANINO
O
desenvolvimento social de um filhote em sua matilha chama-se
imprinting canino. O imprinting é uma das primeiras fases da vida
de um animal (inclusive nós, humanos), que é quando ele vai
aprender aspectos sociais e psicológicos da sua espécie, como
comportamento e comunicação. Para simplificar, o imprinting
canino é quando um cão aprende a ser um cão. No caso dos
cachorros, o imprinting acontece entre o primeiro e o quarto mês
de vida e é quando formam sua “personalidade”. Quem primeiro
descobriu a existência do imprinting foi o austríaco Konrad
Lorenz, vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina em 1973
pelos seus estudos sobre comportamento animal (etologia).
Investigando gansos, ele descobriu que o imprinting acontece em um
período curto chamado de período crítico ou período
sensível.
Especificamente no caso dos cachorros, é durante
esse período que eles desenvolvem a habilidade de comunicação
com outros cães da matilha e aprendem a se posicionar socialmente
na hierarquia. Como dito anteriormente, o que é (mal) aprendido
nessa fase pode ser muito difícil e às vezes impossível de
resolver.
Os cães vivem em matilhas. Uma mãe e seus filhotes
não deixa de ser uma pequena matilha. Durante os primeiros passos
dos filhotes de uma ninhada, a mãe e os outros cães adultos
costumam permitir que os cãezinhos façam quase tudo. Porém,
conforme vão ficando um pouco mais velhos, os cães adultos
começam a não tolerar mais atitudes incorretas e indesejáveis
(na visão de um cão), como por exemplo perturbar o sono de um cão
adulto, latir sem ter nenhum motivo, roubar comida, desafiar o
líder etc. Ou seja, os cães adultos corrigem e educam os filhotes
entre o primeiro e o quarto mês de vida. Agora imagine você tirar
de uma ninhada um filhote com 45 dias de vida. Depois é fácil
entender porque o cão late sem parar, rosna pra todos e não
respeita o espaço dos membros de sua nova matilha (você e sua
família).
Quando um cão que foi retirado muito cedo da ninhada finalmente entra em contato com outros cães, ele não vai saber interagir com os seres da mesma espécie nem saberá o mínimo, como a saudação canina e formas de aproximação. Resultado: ele pode ficar com medo, fugindo e entrando em pânico perante esses seres estranhos (cães como ele!) ou irá responder de forma agressiva, pra se defender.
Um cão anti-social (que não foi sociabilizado
pela sua mãe e irmãos quando filhote) é algo muito indesejável
para qualquer dono, mesmo o mais experiente. Um cão anti-social
rosna à toa, não confia nas pessoas e nem em outros cães. Morde
uma criança que vai brincar com ele, avança na visita e não
consegue ter um relacionamento saudável com outros cães,
simplesmente porque ele não aprendeu a linguagem corporal dos cães
e não entende o que está acontecendo – “o que é esse ser
vindo me cheirar?” Portanto, o ideal é segurar a ansiedade, se
preparar para a chegada do filhote e ter a consciência de que isso
é o melhor para o cão e para a família também. Uma dica é
visitar a ninhada (ou pedir imagens ao criador) de 15 em 15 dias,
para acompanhar seu crescimento e matar um pouquinho da vontade de
levar o pequeno pra casa. Como dissemos, os danos que a retirada
precoce da ninhada pode causar podem ser irreversíveis ou pode ser
preciso muita paciência e experiência
para corrigir os danos causados ao lado psicológico do cão.
A
melhor coisa a se fazer é esperar e deixar que o filhote fique com
sua mãe e irmãos o máximo possível.
- (...) Con Slobodchikoff, PhD, especialista no estudo da comunicação e sociabilização canina, afirma que ....(continua nos comentários...) Fonte: https://tudosobrecachorros.com.br/hora-ideal-tirar-filhote-ninhada/